Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Páginas Criativas

Um blog onde a imaginação e a realidade podem andar de mãos dadas com a ESCRITA. Gostas de escrever? Partilha os teus textos connosco. Envia-os para o email: bibliotecasesagtn@gmail.com

Páginas Criativas

Um blog onde a imaginação e a realidade podem andar de mãos dadas com a ESCRITA. Gostas de escrever? Partilha os teus textos connosco. Envia-os para o email: bibliotecasesagtn@gmail.com

Texto da autoria da Mariana e da Ariana (7º ano) - texto participante no 3.º escalão do Concurso Uma imagem, Uma História

mês de fevereiro

02.05.21

concuro fev2.png

     Num dia cinzento, em que aparentava vir chuva, a professora Judite já tinha a secretária arrumada para o dia seguinte e as aulas já tinham acabado. Logo de seguida, foi ao encontro da sua filha, Sofia, que frequentava a mesma escola onde ela trabalhava. Saíram as duas, a caminho de casa, quando de repente Sofia viu uma menina sem-abrigo.

    A rapariga vestia uma camisola amarela, umas calças castanhas rotas e, nos pés, tinha uns sapatos que já lhe ficavam pequenos. Mas, como ela sabia que era pobre, não se conseguia imaginar a viver uma vida normal, como as outras pessoas. Sofia teve tanta pena que, mesmo sabendo que iria levar um ralhete da mãe, resolveu perguntar:

    - Podemos dar algum dinheiro àquela menina ali, triste?

    A mãe, como era muito severa, respondeu:

    - Nem pensar nisso, minha menina, tola!!!

    - Por favor! Ela nem merece estar aqui, neste lugar triste e sombrio. Ela é apenas uma criança! E além disso não é preciso ser muito dinheiro, só o suficiente para a menina poder comer.

    - NÃO! Quando chegarmos a casa, vamos ter uma conversa muito séria, por estares a desrespeitar a tua mãe!

   - Mas…

   - JÁ DISSE QUE NÃO! Vamos.

   E então, a Judite pegou a filha pela mão e retomaram caminho. Quando chegaram a casa, a Sofia foi muito triste para o quarto por não ter conseguido ajudar a menina e foi então que a Judite disse:

    - Onde pensas que vais, minha menina? Eu não me esqueci da conversa que queria ter contigo!

   Sofia recuou e foi para a sala, onde estava a sua mãe. Judite, sem esperar nem mais um segundo, perguntou:

  - Em primeiro lugar, o que é que te deu para pensares que deverias dar algo àquela menina?

  - Ela é uma criança e não merece estar naquele lugar! O máximo que podia fazer era dar-lhe algum dinheiro para ela poder comprar pelo menos alguma coisa para comer!

  - Mas eu já te disse que não devemos falar com pessoas estranhas, muito menos sem-abrigo, e dar-lhes dinheiro é ainda pior! É perigoso!

  - Mas, mãe, nós estamos a falar de uma criança! Nem 10 anos ela parecia ter, achas que ela deveria andar por aí sozinha, e com as roupas rotas e toda arranhada? A menina não irá sobreviver por muito tempo lá fora! Achas isso bom?

  - Claro que não acho isso bom!

  - Então, porque é que não ajudaste a menina?

  - …. – a mãe ficou em silêncio.

  - Pois! Não tens argumentos contra mim!- terminou a Sofia.

   E logo de seguida dirigiu-se para o quarto, deixando a mãe a pensar sobre o assunto. Minutos depois, após pensar muito, Judite dirigiu-se ao quarto da filha e disse:

   - Amanhã, depois das aulas, ao passar pelo mesmo caminho, e se a criança ainda estiver lá, tentamos dar-lhe alguma coisa, combinado?

   Sofia, muito contente, mas sem o demonstrar respondeu:

  - Ok, combinado!

   No dia seguinte, depois das aulas, Sofia e sua mãe passaram pelo mesmo sítio e viram que a menina ainda estava no mesmo lugar, triste e pálida, à sombra de uma árvore. Foi então que Sofia se aproximou e tentou falar com ela:

   - Olá, o meu nome é Sofia, queria dar-te estes 10 euros, para poderes comprar algumas coisas para comeres nos próximos dias.

   A menina, bastante pálida e sem forças, respondeu:

   - Olá… o meu nome é Carolina… eu queria agradecer muito, por me ajudarem!

   - Não tens que agradecer, nós ficamos felizes em ajudar! J

    Depois de uma longa conversa, Sofia foi embora feliz por fazer a mãe mudar de ideias e por ajudar Carolina. Judite também ficou feliz por ter realizado este ato de ajudar a menina e achou-se muito tola por não ter dito que sim logo à primeira. Carolina, depois de agradecer muito, também foi em busca de algum sítio onde pudesse encontrar comida.

    Alguns dias se passaram. Sofia e Carolina tornaram-se grandes amigas. Carolina encontrava-se no mesmo sítio, por onde Sofia e sua mãe passavam todos os dias quando iam a caminho de casa. Judite, num dia frio e chuvoso, passava por ali sozinha e sentiu que Carolina estava mais triste do que o costume e decidiu perguntar-lhe:

   - Olá, Carolina, hoje pareces mais triste do que o costume. Queria perguntar-te se queres passar alguns tempos na minha casa!?

   - Ah, olá! Sim, eu gostaria muito de ir com a senhora, mas não quero incomodar!

   - Não! Claro que não vais incomodar! A Sofia vai ficar muito feliz por te receber lá em casa e eu irei ficar muito contente se tu aceitares! E levar-te comigo seria uma forma de te proteger e de agradecer à minha filha por me abrir o coração e fazer mudar de ideias à conta deste tipo de coisas!

   - Muito, muito obrigada! As suas palavras significam muito para mim! E obrigada por me acolher!

   - Eu é que tenho de agradecer! Mas agora vamos, se não queremos perder o jantar!

     No caminho para casa, elas falaram sobre muitas coisas, incluindo um novo começo. Quando chegaram a casa, a menina foi recebida com muito carinho por Sofia. Logo foram jantar. Durante o acontecimento, falaram bastante. Enquanto a mãe preparava a cama da menina, Sofia estava na sala com Carolina a falar sobre o que iriam fazer no dia seguinte, já que era sábado.

    - Então, que tal amanhã jogarmos uns jogos e vermos uns filmes?- questionou Sofia.

    - Claro! Acho uma boa ideia!- disse Judite a entrar na sala.

    - O que quer que seja, eu vou ficar muito feliz em fazê-lo, especialmente com vocês, que me deram um lar, roupas novas e uma cama para dormir, e acima de tudo amor e carinho! Só tenho a agradecer por tudo!- disse Carolina com lágrimas nos olhos, a puxar as duas para um abraço coletivo.

    Foram todas dormir para que no dia seguinte acordassem com disposição para um dia animado de jogos e filmes.

   E assim se formou uma família feliz e unida.