Chegámos a dezembro
Um texto da aluna Carina Subtil, 11.º ano.
Chegámos a dezembro.
Este não está a ser um ano fácil para ninguém, especialmente porque fomos confrontados e apanhados de surpresa por uma pandemia mundial. Um vírus, que não se quer ir embora e que não veio para facilitar a vida a ninguém. Obrigou a vários estados de contingência, calamidade e emergência, palavras que nem sequer sabíamos que existiam no dicionário. Esta pandemia obrigou a que muitos objetivos, sonhos, projetos e compromissos fossem adiados. Obrigou-nos a ficar em casa restritos ao meio familiar. Obrigou-nos a questionar a verdadeira importância que as pessoas têm na nossa vida e a perceber quem são aqueles que realmente importam e se preocupam connosco. Obrigou-nos a lidar com os demónios que muitas vezes moram na nossa cabeça, mas que estão adormecidos a maior parte do tempo. Obrigou-nos a abrir os olhos e a perceber o mal que estávamos a fazer uns aos outros.
Embora estejamos todos à espera que a pandemia e todos os nossos problemas acabem em 2021, sabemos bem que isso não vai acontecer. A normalidade não vai voltar. Depois disto, vamos todos ser pessoas diferentes com hábitos diferentes.
Para mim, 2020 até teve coisas boas. Escrevi dois livros num espaço de oito meses e li mais de vinte. A leitura para mim foi um escape. Durante o período de confinamento, não consegui pegar no lápis nem escrever absolutamente nada que não fosse negativo. Mas, por outro lado, li muito e obriguei o meu cérebro a habituar-se às diferentes realidades do mundo da literatura. O período de confinamento foi crucial mas perturbador. Chorei vezes sem conta, mas aprendi a apreciar a minha companhia e fiquei a conhecer-me melhor, a gostar mais de mim. Agora que chegámos a dezembro, eu olho para trás e percebo que no fundo tudo valeu a pena. Porque eu cresci, evoluí e aprendi a dar mais valor à minha liberdade e à minha rotina.
Ficou tanto por dizer, tanto por fazer… Perderam-se tantas pessoas pelo caminho… Foi um ano negro que vai ficar marcado na história pelas melhores e piores razões. Eu, que gosto sempre de planear tudo, aprendi, que é melhor deixar acontecer do que levar com uma desilusão se o plano não correr bem. Agora, mais do que nunca, é preciso sermos conscientes e zelarmos pelo nosso bem e pelo bem dos outros. O nosso futuro está nas nossas mãos.
Carina